DIENCÉFALO
É o setor do sistema nervoso central desenvolvido a partir da vesícula
primitiva anterior. Compreende estruturas nervosas muito
importantes e contém em seu interior uma cavidade, que é denominada de TERCEIRO
VENTRICULO.
SITUACÃO - Se localiza entre o mesencéfalo e o
telencéfalo. Topograficamente esta delimitado entre dois planos:
1) Plano anterior - que se estende desde a
porção anterior do quiasma optico até o agujeiro de MONRO ou interventricular.
2) Plano posterior - que passa por trás da
glândula pineal e dos tubérculos mamilares. (Fig. 7-1).
O limite lateral está dado pelo braço posterior da cápsula interna e as
cintilas opticas. Indo a parte de cima, ele forma parte do piso dos ventrículos
laterais e indo abaixo se faz visível no rombo optopeduncular.
DIVISAO - No diencéfalo,
sobressai uma formação gris ovoidea volumosa, chamada de tálamo. Tomando em
conta a localização deste núcleo, se distingue as seguintes estruturas:
hipotálamo, epitálamo, metatálamo e subtalamo, cuja descrição realizaremos
nesta ordem finalizando com o terceiro ventrículo.
TALAMO
É a estrutura gris mais volumosa do diencéfalo
que atua como uma estação que repete, seleciona, analisa e envia os sinais e
mensagens sensoriais ao cérebro ou recebe dele. De forma ovoidea, se localiza
de cada lado do terceiro ventrículo, no topo e por fora do surco hipotalâmico
de monro, por cima e seguindo o mesencéfalo.
Esta orientado no sentido de seu eixo
longitudinal, tem uma direção oblíqua de trás para frente e de fora para
dentro.
Tem as seguintes dimensões: 30 a 34 mm de
comprimento, 15 a 18 mm de largura, e uma altura que oscila entre 15 a 18 mm.
CONFIGURACAO EXTERNA - O
tálamo oferece para sua descrição: 4 caras e 2 extremidades.
a) CARA SUPERIOR: é uma superfície convexa,
livre, triangular de base posterior e esbranquiçada, devido a estar coberta por
uma película de fibras brancas que constituem o stratum zonale. Esta delimitado
pelo agujero de monro por frente, o pulvinar por trás, a tênia talâmica por
dentro e o surco tálamo-estriado por fora; este surco se encontra ocupado por
três elementos anatômicos diferentes que são: a veia tálamo estriada ou
terminal, a estria terminal e a lamina córnea. (Fig. 7-1).
Nesta cara se faz presentes os plexos coroideos
dos ventrículos laterais que determinam o surco coroideo, o dividindo em 2
áreas triangulares:
1) INTERNA - de base posterior, onde se
encontram deitados os plexos coroideos e grande parte do triângulo cerebral.
2) EXTERNA - é a cara que se relaciona com o
subtalamo. Por esta cara, o tálamo recebe informação das estruturas nervosas
subjacentes, principalmente sensitivas.
b) Cara inferior - e a
cara que se relaciona com o subtálamo. Por esta cara o tálamo recebe informação
das estruturas nervosas subjacentes, principalmente sensitivas. (Fig. 7-3).
c) CARA INTERNA OU VENTRICULAR -
forma parte das paredes laterais do terceiro ventrículo ou médio; está limitada
para cima pela tênia talâmica, abaixo pelo surco hipotalâmico de monro;
caminhando pelo agulheiro de monro e atrás pelo triangulo da habenula.
Frequentemente ambas as caras
internas do tálamo se mesclam parcialmente para formar uma ponte de substancia
gris entre eles, denominada comissura gris. (Figs. 7-1, 7-2 e 7-3).
d) cara externa - corresponde ao braço posterior
da cápsula interna, da qual está separada por uma lamina de aspecto reticular
conhecida como zona ralada de Arnold. (Fig. 7-3).
Em sua parte mais superior, adquire
relação com o núcleo caudado. Por esta cara, o tálamo se conecta com a corteza
cerebral mediante um contingente importante de fibras em ambas direções.
e) Extremidade anterior ou polo anterior - de
menor desenvolvimento, guarda relação com a cabeça do núcleo caudado, pilar
anterior do trigono, agulheiro de monro, comissura branca anterior e os plexos
coroides. Nesta extremidade se localiza o tubérculo anterior. (Fig. 7-2).
f) Extremidade posterior ou pulvinar: Chamada também
polo posterior, adquire maior desenvolvimento, e também é a porção mais
volumosa do tálamo. Se encontra rodeada em seu setor lateral pelo plexo
coroideo do ventrículo lateral e pelo pilar posterior do trígono. Participa na
conformação da fenda cerebral de BICHAT.
Debaixo do pulvinar se localizam os corpos geniculados
que serão estudados mais a frente.
CONFIGURAÇÃO INTERNA: O tálamo não é uma massa gris
uniforme. Apresenta no seu interior a lâmina medular interna que ao despejar
frente e atrás, divide o tálamo em grupos nucleares que de acordo a sua
localização são: grupo nuclear anterior, interno, externo e posterior (Fig.
7-4).
a)
Grupo nuclear anterior – Se encontra entre as ramas
de bifurcação da lâmina medular interna. É responsável pelo alivio observando
na extremidade anterior e superior do tálamo. Têm as seguintes conexões:
Aferentes – Recebe ao feixe mamilotalâmico proveniente do corpo mamilar.
Eferentes – Fibras tálamo corticais que se dirigem principalmente a
circunvolução do corpo caloso do córtex cerebral. Têm relação funcional com a memória
através do circuito de PAPEZ, também cumpre funções olfativas reflexas.
b)
Grupo nuclear posterior – Corresponde as estruturas
neuronais que constituem o pulvinar. Os aferentes, chegam de outros núcleos
talâmicos, do corpo geniculado interno e externo. Mediante as fibras
eferênciais, se conecta com o lóbulo temporal (área 22) e occipital (áreas 18 e
19). Por suas conexões este grupo nuclear desempenharia funções associativas,
visuais e auditivas.
c)
Grupo nuclear medial – Este grupo engloba os
seguintes núcleos: 1) Dorso mediano; 2) Centro mediano de LUYS e 3) Os núcleos
da linha média. Estes 2 últimos são inespecíficos, corresponde a formação
reticular talâmica e serão estudados oportunamente.
Em
respeito ao núcleo dorsomediano, ele se localiza por cima e por dentro da lâmina
medular interna. Têm as seguintes conexões principais: Aferentes – Chegam desde
a corteza prefrontal, orbitaria, do hipotálamo e desde o núcleo amgdalino.
Eferentes – Se dirigem indo nas mesmas estruturas aferenciais. Se interpreta
funcionalmente como um núcleo de associação que interferiria na condução afetiva
e dos sentimentos.
d)
Grupo nuclear lateral – Está situado por fora da
lâmina medular interna e por dentro da zona ralada de ARNOLD.
1 – Subgrupo dorsal – Está representado pelos
núcleos: lateral dorsal e lateral posterior; cujas conexões são as seguintes:
a) Aferentes – Recebe de outros núcleos talâmicos.
b) Eferentes – Se projetam fibras indo a corteza do
lóbulo pariental do mesmo lado.
2 – Subgrupo ventral – A sua vez compreende aos
núcleos, ventral anterior, ventral lateral ou intermédio e o ventral posterolateral.
É o mais importante e passamos a descrever cada um de seus núcleos:
a)
Núcleo ventral anterior – É o menor, e têm
localização anterior. Aferentes: Recebe fibras do globo pálido e da substância
negra. Eferentes: São as fibras destinadas ao corpo estriado. Estas conexões
demonstram seu compromisso com o sistema motor extrapiramidal.
b)
Núcleo ventral lateral ou intermédio – De situação
posteroinferior ao anterior. Aferentes: Recebe de forma preponderante, as
fibras dentotalâmicas e rubrotalâmicas. Também chegam fibras desde os núcleos
interpósito e globo pálido. Eferentes: Se dirigem principalmente a corteza motora
e premotora, ou seja, para as áreas 4, 6 e 8. Aparentemente, claramente
mostrando a ação motora deste núcleo.
c)
Núcleo ventral posterolateral – É um núcleo
sensitivo importante do tálamo. Aferentes: Recebe a cinta de Reil média, e com
ela chegam as seguintes vias: sensibilidade profunda consciente, tato
epicrítico discriminativo, tato protopático, termoalgésica somática e visceral,
a gustativa e as vias trigeminais. Também alcançam fibras procedentes dos
núcleos vestibulares. Eferentes: Se dirigem fundamentalmente pelo baço posterior
da cápsula interna para a circunvolução pariental ascendente ou áreas 3-1-2 de
BROADMANN. Funcionalmente, este núcleo representa a última ligação das vias
sensitivas em sua viagem a corteza cerebral.
HIPOTALAMO
É uma das regiões mais importantes para o controle
das funções vegetativas apesar de seu tamanho reduzido, pesando aproximadamente
4 gramas.
Está situado na parte anteroinferior do diencéfalo,
por debaixo do surco de MONRO ou hipotalâmico na proximidade intermedia da luz
do terceiro ventrículo.
CONFIGURAÇÃO EXTERNA – Têm a forma de uma pirâmide
truncada e compreende as seguintes estruturas: quiasma ótico, túber cinéreum,
tronco pituitário, neurohipófisis e corpos mamilares.
Estas formações se faz visíveis na cara inferior do
cérebro e no rombo optopeduncular.
Rombo optopeduncular – Como seu nome indica, está
delimitado por frente pela borda posterior do quiasma e as vias óticas; por
detrás, pela divergência dos pedúnculos cerebrais. Em seu conjunto delimitam
uma fossa, cuja metade anterior está ocupada pelo túber cinéreum e o tallo
pituitário; na metade posterior se encontram os corpos mamilares, o espaço
perfurado posterior e a emergência do terceiro par craniano. (Fig. 7-5).
As formações hipotalâmicas deste rombo são as seguintes:
quiasma ótico, tuber cinereum, tronco pituitário, a neurohipófisis e os corpos
mamilares.
a)
Quiasma ótico – É uma lâmina de substância branca,
mais ou menos quadrangular, cujos ângulos anteriores estão em continuidade com
os nervos óticos e seus ângulos posteriores com as cintas óticas. Descansa
sobre a tenda da hiófisis, por frente do tronco pituitário.
b) Túber
cineruim ou eminência média – É uma prominência cenicienta e redondeada,
formada por uma fina lâmina de substância gris que chega a ocupar o espaço
compreendido entro o quiasma ótico e os corpos mamilares. Seu vértice inferior
se continua com o tronco pituitário.
Em um corte sagital, sua parede interna é côncava e
corresponde ao vértice do terceiro ventrículo ou infundíbulo (Fig. 7-1).
c) Tronco
pituitário ou hipofisário – É um cone de uma longitude de 5 mm aproximadamente,
atravessa a tenda da hipófisis e se implanta na cara superior da glândula hipofisária.
d)
Hipófisis ou glândula pituitária – É uma glândula de
secreção interna de importância extraordinária. Se apresenta como um corpo
elipsoide de 55 cgrs, alojado na cadeira turca do neurocrâneo, unido ao
diencéfalo por meio do tronco pituitário.
Se
distinguem 2 porções: Uma derivada da penetração do diencéfalo, é a neurohipófisis
ou lóbulo posterior e a outra porção derivada da bolsa de RATHKE é a
adenohipófisis ou lóbulo anterior. Esta glândula adquire relação importante com
o quiasma ótico através da tenda dural hipofisaria.
e)
Corpos mamilares – São duas formações esbranquiçada,
redondeadas, direita e esquerda muito próximas entre si, separadas pelo surco
intermamilar, localizadas entre o túber cinéreum e o espaço perfurado
posterior. Seu diâmetro alcança aproximadamente a 5 mm. Todas as formações
hipotalâmicas descritas, estão circunscritas pelo polígono arterial de WILLIS,
fonte de nutrição principal do hipotálamo.
CONFIGURAÇÃO
INTERNA – O hipotálamo apesar de ser uma zona tão pequena, seus neuronas de
significação vegetativa se organizam formando núcleos localizados nas seguintes
capas: (Fig. 7-6).
1 – Primeira capa ou paraventricular – É uma fina
capa subpendimaria gris, que se extende inclusive na cara interna do tálamo, fusionando-se
as vezes a este nível para formar a comisura gris. Os núcleos mais importantes
desta capa são: o perifornical, o subcomisura e o paraventricular.
2 – Segunda capa ou hipotalâmica propriamente dita –
É a capa mais importante por se encontrar nela, formações nucleadas específicas, repartidas em três agrupações nucleares: hipotálamo anterior, hipotálamo posterior e corpos mamilares. (Fig. 7-7).
a) Núcleos hipotalámicos anteriores - Son tres:: 1) Núcleo o área preóptica, situado por detrás de la lámina terminal y por debajo de la comisura blanca anterior. 2) Núcleo suoraóptico, localizado por encima y por detrás del quyiasma óptico. 3) Núcleo paraventricular, se encuentra rodeado a los pilares anteriores del trígono en la proximidad del tercer ventrículo. Com o núcleo supraóptico, guarda rasgos comuns estruturais e funcionais ja que ambos núcleos têm células neurosecretoras se substâncias como a vasopresina o antidiurética e a hormona oxitocina que descende a neurohipofisis seguindo suas prolongaçoes axonicas.
b) Núcleos hipotalámicos posteriores - Ocupam a regiao infundibular, sao também em número de tres: 1) Núcleo dorsal ou dorsomedial, localizado por debaixo do surco de monro. 2) Núcleo ventral ou ventromedial, localizado perto do túber. 3) Núcleo posterior, situado por detrás dos anteriores.
c) Corpos mamilares - Estruturalmente contém dois núcleos importantes: 1) Núcleo medial, constituido por neuronas multipolares, cujos axones formam o haz mamilotalamico que se projeta ao grupo nuclear anterior do tálamo e o haz mamilotegmentário que se dirige a formaçao reticular do tronco encefálico. 2) Núcleo lateral, mais pequeno que o anterior, suas neuronas recebem as fibras do pilar anterior do trígono correspondente.
3 - Terceira capa ou lateral - Está formada pelos núcleos laterais do túber, situados por fora dos pilares anteriores do trígono e do haz mamilotalamico, rodeando as cintillas ópticas.
CONEXOES DO HIPOTALAMO - Consideraremos brevemente as conexoes mais importantes: (Fig. 7-8).
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