IMUNOGENOS
E ANTIGENOS (Pag. 276, livro Texto Atlas de Histologia, Gartner y Hiatt)
Os
imunógenos são moléculas que sempre desencadeiam uma reação imunitária.
Os
antígenos são moléculas que se unem a anticorpos mas nem sempre levantam uma
reação imunitária.
Uma estrutura estranha que ativa uma reação imunitária
em um hospedeiro particular, é conhecido por imunógeno.
Um antígeno é a molécula que pode reagir com um
anticorpo a margem de sua capacidade para originar uma reação imunitária.
Embora não é todos os antígenos que são imunógenos. Neste texto os dois termos
(imunógenos e antígenos) se consideram sinônimos e só se utiliza antígeno.
A região do antígeno que reage com o anticorpo ou o
receptor da célula T, se conhece como epitopo,
ou determinante antigênico. Cada epitopo é uma porção pequena da molécula
de antígeno e consiste só em 8 a 12 ou 15 a 22 aminoácidos hidrofílicos ou
resíduos de açúcar que são acessíveis no aparato imunitário. Os grandes agentes
invasores estranhos, como as bactérias, tem vários epitopos, cada um capaz de
unirem a um anticorpo diferente.
CORRELAÇÕES CLINICAS
A complexidade de uma substância estranha também é importante para
determinar sua antigenicidade. Assim, as moléculas poliméricas grandes cujas
composições químicas são até certo ponto simples, como alguns plásticos
elaborados pelo homem. Têm uma imunogenicidade mínima e por esta razão se
utiliza na manufatura de implantes artificiais (como a substituição de
cadeira).
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Seleção
e Expansão Clonais
Durante
o desenvolvimento embrionário se forma um número em uma porção grande de grupos
pequenos (clonas) de linfócitos. Cada clona pode reconhecer um antígeno
estranho específico.
O sistema imunitário pode reconhecer e combater um
número muito grande de antígenos diferentes. A explicação para esta capacidade
se reside em que durante o desenvolvimento embrionário, se forma um número
enorme (próximo a 10 elevado a 15) de clonas de linfócitos por reordenamento de
quase 400 genes que codificam imunoglobulinas o TCR. Todas as células em uma
clona particular têm marcadores de superfície idênticos e podem reagir com um
antígeno específico, mesmo que não haja expostos a ele. As proteínas da
superfície celular que permitem que os linfócitos interactuem com antígenos são
anticorpos unidos a membrana (receptores
de célula B o imunoglobulinas de superfície [sIg]) no caso das células B e receptores de célula C (TCR) nas
células T. Embora as estruturas moleculares dos anticorpos e os TCR diferem,
são funcionalmente equivalentes em quanto a sua capacidade para reconhecer e
interactuar com epitopos específicos.
A reação imunitária começa com lentidão e não é muito
enérgica na primeira vez que um organismo encontra um antígeno; esta reação se
denomina reação imunitária primária. As
exposições subsequentes ao mesmo antígeno levantam a reação imunitária secundária, que indica com rapidez e é muito mais
intensa que a primária. A maior potência da reação secundária se deve ao
processo de memória imunitária, que
é inerente ao sistema imunitário. Se diz que tanto as células B como as T são células virgens (células inocentes), antes
de se expor a antígenos. Uma vez que uma célula virgem entra em contato com um
antígeno, prolifera para formar células ativadas e células de memória.
As células
ativadas, que também se conhece como células
efectoras, se encargam de levar a cabo uma reação imunitária; as derivadas
das células B se denominam células
plasmáticas) que produzem e liberam anticorpos. As células efetoras que
provém das células T, secretam citocinas e bem destroem células estranhas ou as
dela mesma alteradas.
As células de
memória, em forma similar aos linfócitos virgens, expressam receptores de
célula B (sIg) ou TCR, que podem interagir com antígenos específicos. As
células de memória não participam de modo direto na reação imunitária durante a
qual se geram. No entanto, vivem durante meses ou anos e têm muito maior
afinidade por antígenos que os linfócitos virgens. Ainda mais, a formação de
células de memória depois da primeira exposição a um antígeno, incrementa o
tamanho da clona original, um processo chamado expansão clonal. Devido a
presença de uma população expandida de células de memória com maior afinidade
pelo antígeno, a exposição subsequente ao mesmo antígeno induz uma resposta
secundária (resposta anamnésica) que
é muito mais rápida e potente, e mais prolongada que a resposta primária.
Tolerância
Imunitária
As macromoléculas próprias não se consideram antígenos
e por consequente não desencadeiam uma reação imunitária.
O sistema imunitário pode reconhecer macromoléculas
que pertencem a pessoa e não tenta se opor com uma reação imunitária contra
elas. Esta falta de ação se deve a tolerância imunitária. O mecanismo desta
última depende de destruir ou incapacitar as células que reagiriam contra a
própria. Durante o desenvolvimento embrionário, se um linfocito encontra a
substância, a qual está desenhada para reagir, a célula se destrói (deleção clonal), de maneira que esta
clona particular não se forma, ou o linfocito se incapacita (anergia clonal) e não pode ativar uma
reação imunitária, embora esteja presente.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
As enfermidades autoimunitárias
incluem um mal funcionamento do sistema imunitário que têm como resultado
a perda da tolerância imunitária. Um exemplo é a enfermidade de Graves, em que os receptores para a hormona
estimulante da tireoide (TSH) nas células foliculares da glândula tiroides se
percebem como antígenos. Os anticorpos que se formam contra os receptores de
TSH se unem a estes e estimulam as células para que liberem uma quantidade
excessiva de hormona tiroidea. Os pacientes com enfermidades de Graves têm
uma glândula tiroides crescida e exoftalmos (globos oculares salientes).
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Imunoglobulinas
As imunoglobulinas são anticorpos elaborados por
células plasmáticas; uma imunoglobulina típica têm 2 pares de cadeias pesadas e
2 pares de cadeias ligeiras, ligadas entre si por ligações disulfuro.
As imunoglobulinas (anticorpos) são glucoproteínas que inativam antígenos (incluídos os
vírus) e desenvolvem uma resposta extracelular contra microrganismos invasores.
A resposta pode incluir fagocitoses nos espaços de tecido conjuntivo por
macrófagos (o neutrófilos) ou a ativação do sistema do complemento de origem sanguínea.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
O sistema do complemento se integra com 20 proteínas plasmáticas que
se montam em uma sequência e uma forma específica na superfície dos
microrganismos invasores para formar um complexo
de ataque de membranas (MAC) que lisa a célula estranha. O componente
fundamental do sistema de complemento é a proteína C3. A deficiência desta última predispõe uma pessoa a
infecções bacterianas recorrentes.
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Figura
12-1. Anticorpo e suas regiões.
As imunoglobulinas se elaboram em um grande número por
células plasmáticas, que as liberam ao sistema vascular linfático ou sanguíneo.
O anticorpo típico é a imunoglobulina G (IgG). Cada IgG é uma molécula em forma
de Y, composta por dois polipeptídos largos, idênticos, de 55 a 70 kilodaltones
(kD), conhecidos como cadeias pesadas, e
2 polipéptdos idênticos, mais curtos, de 25kD, que são as cadeias ligeiras. As quatro cadeias estão ligadas entre si por
várias ligações difulsuro e não covalentes em tal forma que o tronco do Y só se
compõe de cadeias pesadas e os braços divergentes consistem em cadeias ligeiras
e pesadas (Fig. 12-1).
A região da proximidade das uniões disulfuro entre as
2 cadeias pesadas – a região de bisagra
– é flexível e permite que os braços se separem ou se acerquem um ao outro.
As regiões distais nas pontas dos braços (os 4 seguimentos terminais amino) se
encargam de unirem ao epitopo; em consequência, cada molécula de anticorpo pode
unir 2 epitopos idênticos.
A enzima papaína, segmenta a molécula de anticorpo em
suas regiões de bisagra (veja fig. 12-1) e forma três fragmentos: um fragmento Fc, composto pelo tronco da
Y, que contém partes iguais das cadeias pesadas e dos fragmentos Fab, cada um constituído pela parte restante de uma
cadeia pesada e uma cadeia ligeira completa. Os fragmentos Fc se cristalizam
com facilidade (portanto a designação “c”), enquanto que o fragmento Fab é a
região de união do antígeno (antigen-binding) do anticorpo (e portanto é a designação
“ab”).
A maior parte da sequência de aminoácidos de fragmento
Fc é constante em sua classe; por consequente, o tronco de um anticorpo se une
a receptores Fc de muitas células diferentes. A sequência de aminoácidos da
região Fab é variável e as alterações da dita sequência são as que determinam a
especificidade da molécula do anticorpo por seu antígeno específico.
Cada anticorpo é específico contra um epitopo
específico; por esta razão, as regiões Fab de todos os anticorpos contra esse
epitopo particular são idênticas. Se pensa que uma pessoa têm “10 elevado a 6 a
10 elevado a 9” diferentes tipos de anticorpos, cada um específico contra um
antígeno particular. Membros da mesma clona
elaboram cada tipo de anticorpo. Assim, existem “10 elevado a 6 a 10
elevado a 9” clonas cujos membros discernem e relacionam a um epitopo
particular (ou um número pequeno de epitopos similares).
Como se comentou, as células B elaboram quantidades
pequenas de imunoglobulinas e se insertam em seu plasmalema; se conhecem como
sIg ou receptores da célula B; funcionam
como moléculas receptoras de antígeno. Diferem um pouco dos anticorpos porque
tem um componente de união de membrana composto por dois pares de cadeias que
abarcam a membrana, Igββ e Igβ, que unem as cadeias pesadas da molécula de
anticorpo a membrana celular.
Classes
de Imunoglobulinas
O ser humano têm cinco isotipos (classes) de imunoglobulinas (quadro 12-3):
IgM,
que assemelha 5
moléculas de IgG unidas entre si (forma pentamérica de imunoglobulina).
IgA,
que simula 2
moléculas de IgG unidas entre si (forma dimérica de imunoglobulina).
IgG,
a forma
monomérica de imunoglobulina descrita com anterioridade.
IgD,
que está
presente em uma concentração muito baixa no sangue, embora que encontra na
superfície da célula B como uma forma monomérica de imunoglobulina conhecida
como IgD de superfície (sIgD).
IgE,
uma forma
monomérica de imunoglobulina presente na superfície de basófilos e células
cebadas.
As sequências de aminoácidos de suas cadeias pesadas
também determinam as classes de imunoglobulinas. As diversas cadeias pesadas se
designam com as letras gregas α, δ, γ, Ɛ ƴ µ.
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