MEDULA ESPINHAL (Livro NEUROANATOMIA, Dr. Edgar Arene Rada y Dr. Javier Arené Hochkofler) Pág. 55.
A medula espinhal é a parte do sistema nervoso
central que se encontra situado no conduto vertebral.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
FORMA – A medula espinhal e uma estrutura
alargada, irregularmente cilíndrica, ligeiramente aplanada de trás para frente,
com um diâmetro transversal maior que seu diâmetro anteroposterior. Apresenta
dois inchaços ou engrossamentos fusiformes, situados: um, na região cervical, e
o outro, na região lumbosacra. Estes engrossamentos estão determinados por um
maior acúmulo de células nervosas destinadas a inervação das extremidades superiores
e inferiores, respectivamente. O engrossamento
cervical se estende desde o quarto segmento cervical ao primeiro torácico,
vai dar origem a os nervos que formam o plexo braquial. O engrossamento
lumbosacro se estende desde o primeiro seguimento lumbar até o segundo segmento
sacro e dá origem a os nervos que formam os plexos lumbar e sacro.
A medula espinhal termina estrinchando-se em
forma cônica. Região que recebe o nome de cone
medular, cujo vértice se continua com um cordão delgado denominado filum terminal, que é um vestígio
embrionário do tubo nervoso. O filum terminal termina logode um trajeto de 25
cm e termina insertando-se na base do cóccix.
Os nervos lumbares e sacros possuem raízes
muito largas antes de sair pelos agulheiros intervertebrais correspondentes.
Essas raízes, a partir da terceira lumbar durante sua diminuição cobrem o cone
medular e o filum terminal, que por seu aspecto se denomina cauda de cavalo.
LIMITES – Até o terceiro mês de
desenvolvimento embrionário, a medula espinhal ocupa toda a longitude do
conduto vertebral. Devido a maior concentração de crescimento da coluna
vertebral com relação da medula espinhal no nascimento, o cone medular
corresponde a terceira vértebra lumbar.
Fig. 39. A. Configuração geral da medula
espinhal. B. Rabo de cavalo.
No adulto, a medula espinhal se estende desde a
porção inferior da medula oblongada (bulbo raquídeo), indicada na porção
inferior da intercessão das pirâmides, até o vértice do cone medular. Com relação
a coluna vertebral, o limite superior, corresponde a um plano que se dirige da
parte media do arco anterior do atlas, encima da porção superior do arco
posterior do atlas; o limite inferior, corresponde, geralmente ao borde
superior do corpo da segunda vertebra lumbar.
DIMENSÕES E PESO – No adulto, a longitude da medula
espinhal, é de 45 cm no homem e de 43 cm na mulher. O diâmetro transversal é de
10 mm e o anteroposterior de 8 mm. O engrossamento cervical mede 13 mm em
sentido transversal e 9 mm em direção anteroposterior. O engrossamento
lumbosacro de 12 mm transversalmente e 9 mm anteroposteriormente. Têm um peso
de 26 a 30 gramas.
RELAÇÕES – A medula espinhal têm um diâmetro
menor ao do conduto vertebral. Ocupa sua porção central e segue as inflexões do
mesmo. Se encontra coberta pelas meninges: piamadre, aracnoides e duramadre. A piamadre é a membrana que se aplica
diretamente a superfície medular. A aracnoides
cobre a superfície interna da duramadre, deixando um espaço entre ela e a
piamadre, que é denominado espaço
subaracnoideo, onde circula o líquido cefaloraquídeo. A duramadre é a
meninge más externa. Entre esta membrana e o conduto vertebral se encontra o
espaço epidural, ocupado por tecido gordo e plexos venosos intravertebrais. A
duramadre espinhal se estende desde o agulheiro magno até a altura da segunda
vértebra sacra, lugar, onde termina no fundo do saco; No entanto, a duramadre
cobre o filum terminal até a base do cóccix.
O saco dural contém o filum terminal, a calda
de cavalo e o líquido cefalorraquídeo que circula no espaço subaracnoideo. Se
pode realizar uma punção lumbar e no saco dural, introduzindo uma agulha entre
as apófises espinhosas de L4-L5 sem perigo de lesionar a medula espinhal, com o
fim de obter uma mostra de líquido cefalorraquídeo para realizar estudos de
laboratório, por exemplo, em casos de procesos infecciosos como a meningitis.
Fig. 40. Medula espinhal no conduto vertebral.
Se observa as meninges, espaço subaracnoideo, espaço epidural e suas relações.
RELAÇÕES DOS SEGMENTOS
MEDULARES COM AS VÉRTEBRAS
Devido ao que a longitude da medula espinhal é
menor ao da coluna vertebral, é importante conhecer a altura do segmento
medular, com o nível da coluna vertebral. Para ele, se torna como ponto de
referência as apófises espinhosas das vértebras. Assim até a sexta cervical se
apresenta dois: na sétima, oitava e nona. Três: a 10ª torácica corresponde ao
primeiro e segundo seguimento lumbar; a 11ª vértebra torácica a os segmentos
lumbares terceiro e quarto; a 12ª torácica ao segmento lumbar quinto e primeiro
sacro; a primeira vértebra lumbar aos quatro últimos sacros e ao coccígeo.
Fig. 41. Relação dos segmentos medulares com a
coluna vertebral.
MEIOS DE FIXAÇÃO – A medula espinhal se mantém em
sua posição pelas seguintes disposições anatômicas: a) o extremo superior, por
sua continuidade com a medula oblongada; b) o extremo inferior, pelo filum
terminal que se fixa na base do cóccix; c) em toda sua altura, pelas veias durais
que envolvem as raízes nervosas até os agulheiros invertebrados da coluna
vertebral; d) os ligamentos dentados, que
são duas fitas dependentes da piamadre, dispostas transversalmente entre as
raízes anteriores e as raízes posteriores, que se dirigem desde as caras
laterais da medula espinhal até a superfície interna da duramadre onde terminam
mediante pequenos dentes de leão.
Fig. 42. Meios de fixação da medula espinhal.
Meninges, ligamentos dentados e veias da duramadre que envolvem as raízes
nervosas.
SEGMENTAÇÃO MEDULAR. –
Segmento medular é
a porção da medula que está em relação com um par de nervos espinhais. Assim,
se identificam: 8 segmentos cervicais, 12 torácicos, 5 lumbares, 5 sacros e 1
coccígeo. Os segmentos sacros são curtos de 2 a 3 mm.
NERVIOS ESPINHAIS. – Os nervos espinhais são 31 pares: 8
cervicais, 12 torácicos, 5 lumbares, 5 sacros e 1 coccígeo. Cada nervo espinhal
se encontra constituído pela união de duas raízes: uma anterior (eferente) e a
outra posterior (aferente).
A raiz
anterior contém fibras motoras somáticas e motoras viscerais. As fibras
motoras somáticas se originam na asta anterior e vai a inervar musculatura
estriada esquelética. As fibras motoras viscerais têm sua origem nos núcleos
vegetativos da região intermediolateral da
medula espinhal; estas fibras preganglionares
que são mielínicas, logo de sair pela raiz anterior, se separam do nervo
espinhal formando os ramos comunicantes
grises antes de distribuírem nos órgãos viscerais.
Fig. 43. Raiz anterior do nervo espinhal. A. Neuronas gamma, destinadas as fibras
intrafusales. B. Neuronas alfa, para
as fibras extrafusales. C. Fibras
motoras viscerais.
A raiz
posterior contém fibras sensitivas somáticas e viscerais, cujo corpo
neuronal se encontra nos ganglios espinhais. As neuronas aferentes somáticas, conduzem: a) sensibilidade cutânea de dor,
temperatura, tato e pressão; b) sensibilidade propioceptiva procedente dos
receptores musculares, tendinosos e articulares; c) as neuronas aferentes viscerais, transmitem
impulsos das vísceras, se encontram relacionadas com a dor e a pressão.
Fig. 44. Raiz posterior do nervo espinhal. A. Fibras dos receptores musculares. B. Fibras aferentes cutâneas. C. Fibras aferentes viscerais.
As fibras radiculares procedentes dos gânglios,
ao ingressar na medula espinhal se separam em um feixe medial e outro lateral.
As fibras do feixe medial, são
grossas e mielínicas, e procedem principalmente dos eixos musculares e órgãos
tendinosos de Golgi. O feixe lateral, formado
por finas fibras mielínicas e amielínicas, relacionadas, sobre tudo, com
estímulos dolorosos, térmicos, táteis e viscerais.
REFLEXO ESPINHAL. – Reflexo é uma resposta adequada a um
estímulo determinado. Em todo reflexo, se têm: uma via de entrada ao sistema nervoso central procedente desde os
receptores da pele, músculos e articulações; uma via de saída para os órgãos efetores como os músculos e glândulas,
que são os encarregados de produzir a resposta.
Um reflexo pode ser monosináptico, em que intervém 2 neuronas; um aferente e outro
eferente; por exemplo, as fibras aferentes originadas nos eixos musculares,
ingressam a medula espinhal onde estabelecem conexões excitatórias diretamente
com as neuronas motoras alfa, as que inervam ao mesmo músculo de que provém a
fibra aferente.
A maior parte dos reflexos são polisinápticos,
o que implica também das neuronas aferentes e eferentes, a participação de
várias neuronas chamadas interneuronas, que
inibem a motoneurona dos músculos antagonistas.
Fig. 45. Reflexo espinhal. Reflexo
monosinápticos e reflexo poolisináptico. Em cor azul neurona aferente. Em cor
amarelo interneurona. Em cor vermelha neuronas motoras.
DERMATOMA. – É a área cutânea de inervação
sensitiva. O limite dos dermatomas não é
uma linha bem definida, devido a imbricação de umas sobre as outras. Tem
importância clínica porque permite identificar o nível de lesão medular ou de
raízes afetadas.
Fig. 46. Dermatomas. A. Cara anterior. B. Cara
Posterior.
CONFIGURAÇÃO EXTERNA
Para uma melhor compreensão da configuração
externa da medula espinhal, se considera 4 caras: anterior, posterior e duas
laterais.
CARA ANTERIOR.- A cara anterior apresenta no largo
de uma linha média uma fissura longitudinal, a fissura média anterior, com uma profundidade de 2 a 3 milímetros
ocupada pela artéria espinhal anterior. A cada lado de uma fissura média
anterior, aproximadamente 2 a 3 milímetros, se encontram as raízes anteriores
ou motoras dos nervos espinhais. O ponto de emergência de estas raízes
determina um surco longitudinal denominado surco
anterolateral. Entre este surco e a fissura média anterior se encontra o cordão anterior.
CARA POSTERIOR – A cara posterior da medula espinhal
apresenta a linha média, um surco longitudinal pouco profundo, denominado surco médio posterior. A cada lado
deste surco, aproximadamente a 3 milímetros, se encontram as raízes posteriores
ou sensitivas dos nervos espinhais. O ponto de implantação dos nervos determina
o surco posterolateral. Entre o
surco médio posterior e o posterolateral se encontra o cordão posterior.
Fig. 47. Configuração externa da medula
espinhal.
No cordão posterior da medula cervical e
torácica superior (T1-T6) se identifica um surco longitudinal, o intermedio posterior, que divide a este
cordão em 2 fascículos: 1 medial, denominado delgado (de Goll); outro lateral, chamado cuneiforme (de Burdach).
CARAS LATERAIS – As caras laterais correspondem ao
segmento situado entre o surco anterolateral e o posterolateral delimitado de cordão lateral. Na região cervical, por
esta cara, sai as fibras de origem medular do nervo acessório (espinhal), as
quais acendem e convergem para penetrar pelo agulheiro magno do occipital.
CONFIGURAÇÃO INTERNA
Um corte transversal da medula espinhal permite
distinguir: o conduto central (ependimario), a substância gris e a substância
branca.
CONDUTO CENTRAL – Se estende longitudinalmente ao
longo da porção central da medula espinhal; é o vestígio do conduto neural. Se
abre por cima no 4º ventrículo e termina por baixo na parte média do filum
terminal. No conduto central círculo o líquido cefalorraquídeo e se encontra
revestido por epitélio ependimario.
SUBSTANCIA GRIS – A substancia gris rodeia o conduto
central, e adota a forma de “X”, de “H” ou de borboleta. Em cada metade da
medula têm a forma de meia lua, pelo que se descreve uma porção anterior ou asta anterior, um segmento posterior ou
asta posterior, e uma zona
intermedia. Nos segmentos torácicos e lumbares superiores se encontra uma
pequena expansão transversal estendida da zona intermedia que se denomina asta lateral. As 2 semiluas se
encontram unidas entre só por uma barra gris transversa, denominada comisura gris.
ASTA ANTERIOR – A asta anterior, de função motora, é
curta, grossa e irregular, e termina a certa distância da superfície exterior
da medula. Se distingue uma porção anterior ou cabeça e outra posterior ou base.
A asta anterior contiene extensas neuronas multipolares cujos axonios
constituem as raízes anteriores ou motors dos nervos espinhais que terminam os
músculos esqueléticos.
ASTA POSTERIOR – A asta posterior, de função sensitivas, é mais pequena e
fina que a asta anterior; se estende até as proximidades do surco
posterolateral, do qual está separado por uma lâmina de substância branca que
corresponde a entrada das raízes posteriores dos nervos espinhais, denominado cordão posterolateral (zona marginal de
Lissauer). Na asta posterior se distingue: uma parte posterior ou cabeça; uma porção anterior ou base; uma região intermedia estreita, o
pescoço.
ASTA LATERAL – É uma pequena expansão transversal
da zona intermediária dos seguimentos medulares torácicos e dos primeiros
lumbares. Contém a coluna intermedio lateral onde se encontram as neuronas preganglionares do sistema
nervoso simpático.
Nos seguimentos
cervicais, na base da asta posterior se desprendem pequenas massas de
substância gris, as quais se entrelaçam com fibras nervosas que dão um aspecto
de rede, motivo de seu nome de formação
reticular.
COMISURA GRIS – Ambas metades de substância gris se
encontram unidas por uma zona transversal que se denomina comisura gris, atravessada pelo conduto central, em cujas
imediações a substância gris é de aspecto particular, que recebe o nome de substância gelatinosa central. Um plano
transversal que passa pelo conduto central divide em comisura gris anterior e comisura
gris posterior.
Fig. 48. Configuração interna da medula
espinhal.
SUBSTÂNCIA BRANCA – A substância branca da medula
espinhal se encontra rodeada a substância gris. Esta constituída por fibras
nervosas cobertas de mielina que dão a coloração branqueada. As fibras nervosas
se dispõem em fascículos o fazem dispostos em três grandes cordões: cordão
anterior, cordão lateral e cordão posterior.
O cordão
anterior se une de lado oposto por uma fina lâmina de substância branca
denominada comisura branca. O cordão lateral é o mais volumoso e se
confunde com o cordão anterior. O cordão
posterior, é de forma triangular, separado do lado oposto por um tabique
neuróglico, o tabique médio posterior, disposto
em sentido sagital desde o surco médio posterior até a comisura gris posterior.
A substância gris e branca sofre notável
variação regional que se encontram relacionadas com sua configuração e
quantidade de neuronas de acordo a função que cumprem. Por exemplo, nos
seguimentos sacros e lumbares, as astas anteriores e posteriores são de grande
tamanho devido a inervação que proporcionam as extremidades inferiores, entanto
que a substância branca é relativamente pequena; o segmento torácico contém menor
quantidade de substância gris pela inervação principalmente dos músculos
intercostais e subcostais; na região cervical as astas anteriores estão muito
desenvolvidas pela inervação das extremidades superiores, as astas posteriores
são mais amplas e é notável a grande quantidade de substância branca.
Fig. 49. A substância gris e branca nos
diferentes segmentos medulares.
CONSTITUIÇÃO ANATÔMICA
DA SUBSTÂNCIA GRIS
A substância gris se encontra formada por
corpos neuronais e fibras nervosas amielínicas. As células nervosas se agrupam
em colunas longitudinais dispostas segundo a função que cumprem: as células motoras até a anterior; as células sensitivas na asta posterior,
as células vegetativas na asta
lateral. Alguns grupos nucleares se estendem ao longo de toda a medula espinhal,
por exemplo, a substância gelatinosa
(Rolando); enquanto que outras se encontram em determinados níveis, como o núcleo torácico posterior (de Clarke) na
medula torácica e lumbar alta.
Na substância gris, os corpos neuronais se encontram
rodeados por ramificações dendríticas e ramas terminais dos axones que dão uma
disposição reticular que se conhece como neuropilo.
NÚCLEOS DA ASTA
ANTERIOR – As
neuronas situadas na asta anterior se dispõe em um gruupo medial e outro
lateral. Os do grupo medial constituem
os núcleos anteromedial e posteromedial. Os do grupo lateral formam os núcleos anterolateral, posterolateral e
retropposterolateral.
Fig. 50. Núcleos da medula espinhal. Núcleos
motores em cor vermelha. Núcleos sensitivos em cor azul. Núcleos vegetativos em
cor amarela.
Existe uma disposição somatotópica dos núcleos
da asta anterior. Em efeito, as neuronas do grupo medial se estendem por toda a longitude da medula espinhal e
inervam os músculos pparavertebrais ou
auxiliares. As neuronas do grupo
lateral, desenvolvidas sobre todo o engrossamento cervical e lumbosacro,
proporcionam fibras aos músculos e as extremidades. Nesta coluna lateral os
núcleos dos músculos proximais se dispor na região medial e os músculos
distantes na região lateral. Os segmentos torácicos inervam os músculos
intercostais e anterocostais do tronco.
Fig. 51. Disposição somatotópica das neuronas
da asta anterior. A. No
engrossamento cervical. B. No
engrossamento lumbosacro.
Na região da medula cervical, possuem 2 núcleos
adicionais: a) no segmento C4-c6 o
núcleo frênico ou central que inervam o músculo diafragma; b) o núcleo de
origem da porção espinhal do nervo
acessório (espinhal), situado na porção lateral da asta anterior e
estendido da C1 a C6, responsavel da
inervação do músculo esternocleidomastoideo e trapézio.
Na região anterior do asta anterior dos
segmentos sacros, S1-S2 se encontram
um grupo de neuronas denominado núcleo
do nervo pudendo (de Onuf), cujos axones contribuem a formar o nervo
pudendo destinado a inervação da musculatura estriada do perinê,
particularmente a isquiocavernoso, bulboesponjoso e esfinteres anal e vesical.
É importante assinalar, que na asta anterior se
encontram principalmente as seguintes neuronas: a) as neuronas alfa, que são multipolares e as mais grandes de asta
anterior, inervam as fibras extrafusais dos músculos esqueléticos; b) as neuronas gamma, mais pequenas,
destinadas as fibras intrafusais dos eixos musculares que intervém na regulação
do tono muscular; c) as células de
Renshaw, são interneuronas que recebem aferências excitatórias e seus
axones formam uniões inibitórias com as neuronas motoras, é dizer que quando
uma neurona motora descarga seu estímulo ao músculo correspondente, as células
de Renshaw a inibem imediatamente, evitando assim, a saída repetitiva de novos
impulsos.
Há neuronas que inervam os músculos flexores e
outros os extensores, desta maneira, se têm uma coordenação adequada do
movimento quando simultaneamente a contração do músculo agonista corresponde a
relaxação do músculo antagonista.
NÚCLEOS DA ASTA POSTERIOR – As neuronas
situadas na asta posterior recebem estímulos através dos gânglios espinhais,
cujas fibras centrais penetram pelo surco posterolateral da medula “Y”, logo
vai se dividir em fibras ascendentes e descendentes, terminam nos núcleos da
asta posterior de acordo ao tipo de condução nervosa.
As neuronas da asta posterior se agrupam nos
seguintes núcleos:
a)
NÚCLEO
MARGINAL (capa zonal de Waldeyer) (lâmina I [1] de Rexed), se encontra cobrindo
a ponta da asta posterior. Têm função associativa intersegmentária da medula
espinhal.
b)
SUBSTÂNCIA
GELATINOSA (de Rolando) (lâmina II [2] de Rexed), se encontra em relação com a
sensibilidade térmica e dolorosa. As fibras que se originam em este núcleo,
logo de cruzar a linha média pela comissura branca, formam o fascículo
espinotalâmico lateral que termina no tálamo óptico.
c) NÚCLEO
PRÓPRIO (esponjoso ventral) (lâmina III-IV [3-4] de Rexed), está em relação com
a sensibilidade de toque protopática e de pressão. As fibras originadas em este
núcleo cruzam a linha média pela comissura branca, para terminar no tálamo
óptico através do fascículo espinotalâmico anterior.
d)
NÚCLEO
TORÁCICO POSTERIOR (núcleo vesicular de Clarke) (lâmina VII [5] de Rexed), se
encontra situado na base da asta posterior perto da comissura gris posterior, é
de forma oval e estendido desde o oitavo seguimento cervical até o segundo
segmento lumbar. O núcleo torácico posterior é característico da medula
torácica, cujos axones originados em suas células se dirigem para o cerebelo
ocupando o mesmo lado da medula espinhal, por intermédio do fascículo espinhocerebeloso posterior ou direto, que
acende pela região posterior e superficial do cordão lateral. O núcleo escolhe
estímulos proprioceptivos dos eixos musculares e dos órgãos tendinosos de
Golgi; se relaciona com a sensibilidade profunda ou proprioceptiva
inconsciente.
e)
NÚCLEO
BASAL EXTERNO (de Bechterew) (lâminas V-VI-VII de Rexed), conglomerado de
células que se encontram na base da asta posterior. Seus axônios, logo de
cruzar a linha media pela comissura branca, ascendem para o cérebro formando o
fascículo espinhocerebeloso anterior ou
cruzado, situado na porção anterior e superficial do cordão lateral na
frente do fascículo espinhocerebeloso posterior; está em relação com a
sensibilidade proprioceptiva inconsciente.
NUCLEOS DA ASTA
LATERAL – São de
significação autônoma. Se pode identificar na parte lateral da zona intermedia
(lâmina VII), o núcleo intermediolateral.
A porção que corresponde ao sistema simpático se estende desde T1 até L2. Os axones destas neuronas preganglionares se dirigem as raízes
anteriores dos nervos espinhais, e mediante os ramos comunicantes brancos
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